A MORTE DO CISNE
W.
Campione
As
mãos subiam e desciam
Em
delicados movimentos, quase se entrelaçando.A pele, cor de marfim era quase transparente.
A seda do vestido, colorida, esvoaçante,
dançava junto em movimentos estonteantes.
Revelava contornos, escondia segredos...
Observei ansioso o Cisne Negro
Era-me impossível prever os movimentos daquelas mãos.
Acompanhei do meu camarote cada compasso da melodia
Segui os gestos sensuais...
Lá vão elas de novo,
As mãos, tão pequenas, tão delicadas...
Paravam no ar deixando-me sem respirar,
Para logo depois, voltarem a mover-se.
Ao fundo, a música determinava a morte.
A morte do Cisne.
Mas, as mãos, subiam e desciam.
Pequenas... Delicadas...
Dançando a vida.